A Atuação do Produtor Cultural

Muito se fala em democratizar a cultura (através de ingressos mais baratos, popularização de expressões artísticas eruditas) quando na verdade não se sabe ao certo como fazê-lo.

Qualquer sistema de produção tem quatro fases clássicas e a cultural não é diferente:

• a produção do bem;
• a distribuição aos pontos onde o público destinatário terá acesso;
• a troca do bem (fase que coloca o bem em contato com seu destinatário), sendo mais comum a troca por dinheiro/ venda;
• uso efetivo do bem, ou seja, o consumo.

Além das três primeiras fases, o agente cultural tem preocupação primordial com a relativa ao consumo porque, em se tratando de cultura, as condições para que o receptor da arte entenda seus significados, sendo eles políticos, sociais, técnicos, estéticos ou todos estes, são essenciais. Diferente de um produto alimentício ou de vestuário, por exemplo, a produção de arte tem todo um contexto a ser descoberto e propagado e sem o entendimento dele a obra em si não tem o menor sentido para a sociedade. A complicação aparece, de fato, no decorrer da terceira fase: mesmo feita através de doações, exposições gratuitas, o sentido da arte exibida pode não ser esclarecido para todos os espectadores.

Essa garantia, então, pode ser obtida com debates, palestras após as sessões para que seja explicado e discutido o significado, a pretensão da obra. Além de oficinas para ensinar sobre determinada fase de produção ou até mesmo todo o processo, e dessa forma aproximar os espectadores da criação ao passo…