Hotelaria

A hotelaria não evoluiu muito nos campos do Piratininga, simplesmente porque não existiam viajantes ou qualquer tipo de comércio. Os bandeirantes quase não permaneciam no vilarejos, pois estavam ocupados em escravizar os índios ou batear ouro e prata para a Coroa Portuguesa.

Não havia então demanda para locais de pouso. A cidade simplesmente energia de conglomerado de construções de taipa, com seus homens válidos adentrando o sertão desconhecido, era carente de tudo. No entanto, os historiadores registraram no início de século XVII o aparecimento do primeiro hoteleiro oficial de São Paulo (Marcos Lopes), seguido poucos anos mais tarde pela cigana Francisca Rodrigues, que montava sua estalagem e talvez o primeiro restaurante de gastronomia da cidade de São Paulo, que anunciava, entre outras coisas, carne, bijou e farinha.

Ainda incipiente, a hotelaria paulista, simples e pobre, era visada pelo fisco. Em 1609, o Procurador da Câmara arrolava várias tabernas, para fins tributários, nelas colocando à porta uma ramo verde para caracterizar o comércio de vinhos e consequentemente pagamento do imposto.

No início do século XVII, a atividade hoteleira era sempre exercida conjuntamente com outros ofícios como barbeiros, sapateiros, alfaiates, que eram ao mesmo tempo artífices, vendeiros e estalajadeiros. Todos aí eram considerados vendedores de alimentos e hospedagem, sem maiores distinções. O barbeiro Gonçalo Ribeiro, no final do século, apresentava à Câmara Municipal petição solicitando "que lhe dessem algumas coisas de comida e bebida para vender". Era tal o estado de caos no comércio em geral, que naquele ano a edilidade, usando o seu poder de policiamento,…