A DIFICULDADE DO RECONHECIMENTO DA IDENTIDADE DAS PESSOAS PORTADORAS DE ALTA HABILIDADE/SUPERDOTAÇÃO

A proposta, segundo Alves (2004), quando se utiliza o filme como pretexto da discussão, é partir dos eixos temáticos sugeridos pela obra explorando, por meio da análise crítico-dialética, os elementos sociais, psicológicos, filosóficos, reflexivos, dentre outros, que não foram necessariamente colocados de propósito no filme pelo diretor ou pelo roteirista. Assim, quanto mais ilustrado - no sentido cultural - e aberto, no sentido epistemológico, for aquele que trabalha com o filme, no sentido de apreender as mais diversas contribuições da teoria social do século XIX e do século XX, incluindo a psicologia/psicanálise, antropologia, história, filosofia, etc., mais capaz ele será de apreender a riqueza dos elementos da totalidade social concreta pressuposta nos filmes. Afinal, o filme incita (e excita) a reflexão crítica. (ALVES, 2004, p. 14)

Conforme sugere Bernardet (2000), uma obra de arte pode ser analisada por representações equivalentes ou por comparações. Estas representações são bastante neutras e relacionadas à crítica de arte de forma geral.

Assim sendo, pode-se adaptar este método a fim de que ele seja utilizado em teses, dissertações e monografias. Partindo destas representações, a análise da obra pode ser realizada do ponto de vista descritivo e formal; a interpretação pode ocorrer por meio da análise interna de sentido, ou seja, através da iconografia, simbolismo e narrativa, e também através da análise externa de sentido observando-se os referenciais de aspectos psicológicos, políticos, identitários, feministas e outros; a análise também pode privilegiar a avaliação da obra e julgamento de valores (VANOYE, 2002).

De acordo com Vanoye (2002), a análise fílmica pode utilizar estes mesmos parâmetros resumidos numa fase de descrição e numa fase de…