O comércio do voto: porque é tão comum a compra de votos nas eleições brasileiras?

O voto ideológico é aquele voto dado aos preceitos partidários, baseado em um plano de governo ou legislativo. São identificados neste meio os militantes filiados e formadores de opinião. O voto pessoal figura como aquele de identificação do perfil do candidato ou da relação próxima com o mesmo. O voto circunstancial pode ser entendido como aquele que depende das condições do clima eleitoral: pesquisas, mobilização e destaque na mídia. Já o voto comprado não figura neste meio porque não havia até então um estudo empírico que apontasse a ocorrência do fato. Diferente das outras formas de se expressar identificadas, a pessoa que compra ou vende o voto não quer ser identificada como tal, pois reconhece que a ação é criminosa e discriminativa.

Por isso, que Transparência Brasil e o IBOPE realizaram em parceria por duas ocasiões, nas eleições municipais de 2000 e nas eleições gerais de 2004, pesquisas para captar estas ocorrências. Com um resultado surpreendente, as pesquisas apresentam equilíbrio entre classes, sexo, faixa etária e regionalidade dos eleitores, demonstrando que a imagem mostrada de que os mais pobres, velhos e nordestinos e nortistas eram maioria, apresenta um quadro presente em todo o País…