As Sete Maravilhas da Liberdade

 

 

aguçada do Escritor do que a atitude daquele funcionário . Em transe, ele pára a fim de encarar aquele covarde . Tentando conter a revolta que come- çava a transpor sua ética, não disse nada para não piorar aquilo que estava instituído . Simplesmente colocou aquilo que havia adquirido nas pratelei- ras e saiu, sob olhar atento do vigia . Por incrível que pareça, Frustração despertou para a vida . Ele viu que o homem a quem julgava certinho por capricho da vida, não vivia sobre um mar de rosas . Até ele enxergou o ta- manho do preconceito que o negro enfrentava e por isso, assim que saiu do estabelecimento comercial, redimiu-se: - Quero lhe pedir desculpas . Tava tão cego por causa de minhas frustrações que fui descontar no cê . Ocê não é culpado por eu ter parado de estudar na quinta série e nem das coisas que aconteceram em casa . Julguei mal . Achei que era exibido, aparecendo direto em jornal . Mas hoje vi que não é nada fácil ser preto . – Moído por causa daquela velha opinião formada sobre a estúpida condição humana de condenar o semelhante por causa da apresentação exterior da anato- mia, ao menos o Escritor teve forças para relevar as tolices de um idiota e aceitou o aperto de mão sorrindo . Sim . Pois, quem apresenta lágrimas aos seus indiferentes, estão lhe dando motivos para festejar; quem apresentar a força pode colher a violência; mas se apresentar o sorriso, eles vão ter que engolir o cartão postal da vitória, até mesmo em meio a adversidade .

Escritor saiu logo…