As Sete Maravilhas da Liberdade

 

 

Mal chegou a seu atordoado emprego, ele encontrou o vexame, o in- fortúnio, a desgraça . Era acusado de roubo . Isso mesmo . Entraram na em- presa e roubaram praticamente tudo que existia . As câmeras de segurança mostravam claramente que o infrator era o Escritor . “Como?!” - Exclamou ele . – “Se na verdade estive praticamente a noite inteira escrevendo!” . – A Luxúria olhava com desdém o pobre escritor . Ela fazia parte da adminis- tração da empresa, condenava o Escritor com o olhar, sem mover os lábios para expressar uma única palavra . Em seu íntimo, ficava fortalecida sua rejeição para com o condenado, o mesmo que fora levado pela polícia em camburão para a cadeia local . Isso renderia grande manchete para o jornal . Na verdade, o jornalista era seu amigo e ele foi cobrir o caso, mas confia- va plenamente  na  inocência  do  escritor,  a  ponto  de  prometer  investigar a fundo aquele caso . Um alívio para o Escritor, que nem sequer conhe- ceu a fundo seu companheiro de cela . Só depois, que a Simplicidade veio visitá-lo, mostrar seu total apoio ao inocente marido, que ele reconheceu o alucinado detento, que…