AS REPRESENTAÇÕES DA INFÂNCIA NA OBRA DE COMENIUS

2.6 Mudanças a Partir do Seculo XV ao XVII
Ariès afirma que, a partir do sec XVI e XVII, é significativo que nessa mesma época tenham ocorrido mudanças importantes na atitude da família para com a criança (1981, p. 154). Começam algumas mudanças da Família Medieval à Família Moderna, onde é notório nova atenção com as crianças e com as famílias, atenção que até então não existia. As crianças eram incumbidas de servir seus mestres, estes não sendo seus pais e sim com outras pessoas, com serviços domésticos que eram considerados como serviços de aprendizagem.
Nessa condição, a criança desde muito cedo escapava à sua própria família, mesmo que voltasse a ela mais tarde, depois de adulta, o que nem sempre acontecia. A família não podia, portanto, nessa época, alimentar um sentimento existencial profundo entre os pais e filhos. Isso não significava que os pais não amassem seus filhos; eles se ocupavam de suas crianças menos por elas mesmas, pelos apegos que lhe tinham [...]. (ARIÈS, 1981, p.158).
Segundo o autor, era como uma tradição mandar as crianças para outras famílias para aprender serviços domésticos e como se portar à mesa. Isso acontecia logo que a criança completava sete anos, quando era obrigada a morar com outra família. A partir do XV, os sentimentos de família começam ser percebidos.
Ariès afirma: [...] vimos na Idade Média a educação das crianças era garantida pela aprendizagem junto ao adultos e que, a partir dos sete anos, as crianças viviam com outra família que não a sua. Dessa época em diante a educação passou a ser fornecida cada vez mais pela escola [...]. (1981, p.159).
Então a escola deixou de ser privilégio dos clérigos e passou a atender a todos, e o sentimento de família de infância que antes eram separados vem a ser notado e dar mais importância para seus filhos. O clima sentimental era agora completamente diferente, mais próximo do nosso, como se a família…