AS REPRESENTAÇÕES DA INFÂNCIA NA OBRA DE COMENIUS

A partir do século XVII começam algumas mudanças, e, segundo Ariès (1981), a criança de boa família, quer fosse nobre ou burguesa, não era mais vestida como os adultos. Ela agora tinha um traje reservado à sua idade, que distinguia dos adultos. O traje da época pode comprovar como a infância tinha tão pouca atenção na vida real. A Idade Média vestia da mesma maneira todas as idades, preocupando-se apenas em distinguir através da roupa os degraus de hierarquia social. Não havia nada no traje que distinguisse a criança do adulto. A mudança acontece no século XVII, quando o menino passa a ter um traje reservado à sua idade, que o diferencia do adulto, porém logo que saem dos cueiros passam a se vestir com trajes iguais ao das meninas, e esse traje deve ser usado até os quatro ou cinco anos, conhecido na época como a la bavette, ou seja, de babador. As meninas, por sua vez, continuavam a se vestir como as mulheres adultas, isto é, a roupa infantil é excepcionalmente masculina, a distinção entre adulto e criança não existe no caso das meninas, que só serão distinguidas pelo abandono das mangas falsas no século XVII.
Compreende-se, assim, a indiferença com relação à infância no período medieval e moderno, resultando em uma insensível relação com a criação dos filhos. Somente quando as visões mais iluminadas da infância vieram à tona no século XVIII, um tratamento mais específico se afirmou, quando os pais de classe média ou…