Alunos Disléxicos: O Construtivismo na Prática

A partir de 1980, o conceito “disléxico” passou a ser considerado como “mau leitor”. Neste mesmo período, surgiram alguns modelos cognitivos genéticos para a explicação de distúrbios de aquisição da leitura, os quais colocam como base a importância da fase de desenvolvimento da criança levando-se em consideração várias competências necessárias para a aprendizagem da leitura, conforme a seguir:

1. Competência léxica, a qual envolve o conhecimento que a criança possui de uma determinada quantidade de palavras e sua competência para acessar de forma veloz o vocabulário contido em sua mente (Morton, 1983; Barron, 1986; Mann & Brady, 1988).
2. Capacidade de dividir as palavras em porções menores (ex.: sílabas) e organizá-las em suas constituintes fonológicas (Content, 1984, 1985; Stanovich, 1987; Alegria & Morais, 1989; Gombert, 1990).
3. Memória de Trabalho (Baddeley & Hitch, 1974), em particular a memória seqüencial (Lecocq, 1983, 1991).

Boder (1973) distinguiu três tipos de dislexia (disfonéticos, diseidéticos e mistos). Esta distribuição em grupos surgiu a partir da avaliação dos falhas realizadas em várias circunstâncias de leitura. Os disléxicos disfonéticos são aqueles que conseguem ler adequadamente as palavras que eles já incorporaram a sua memória, isto é, memorizam visualmente, porém não são capazes de ler e nem escrever palavras novas, tentando decifrá-las…