Realismo Mágico e Fantástico de Outono do Patriarca e A Metamorfose

Neste caso a narrativa fantástica parte de uma situação perfeitamente normal e natural para alcançar o sobrenatural, mas que acaba por se tornar paradoxalmente possível, ou seja, são ações cientificamente possíveis, mas que ferem intensamente, rompem de maneira drástica com os costumes. O questionamento do limite entre o real e irreal, é seu centro explícito.

A presença de Coronéis, elementos mágicos e o povo submetido às humilhações e ignomínias de ontem, de hoje e de sempre. Faz com que a obra transite entre o realismo mágico e o realismo fantástico, podendo ainda acrescentar o absurdo. O trafegar de Márquez fica por conta do sobrenatural explicado e o inexplicado. Este empregado no: Sumiço de Manoela Sanchez, que desaparece em um eclipse; A mulher que se transforma em escorpião; Diálogo com a morte; As máquinas de sucção. E o explicado fica por conta da morte saborosa de Rodrigo de Aguilar, assado e servido em uma bandeja; A morte de Letícia Nazareno e do menino; As duas mil crianças jogadas ao mar.

O país de quimeras criado por GM, que faz uso da temática do maravilhoso, ou seja, da imortalidade, da eternidade, da "segunda vida", por meio de incursões milagrosas, de personagens ressuscitados, de diálogos com Deus e o Diabo. "Com um quadro narrativo excepcional, sugere atmosferas pesadelares". Porém é exatamente nas lendas, no anedotário que o fantástico se instala. A literatura oral que qualquer país ou região é plena de elementos fantásticos.

O narrador de Márquez tem características próprias, no texto às vozes são simuladas (livres e nômades), se assiste a…