O Caipira e a Construção da Nacionalidade: Diversas Faces do Jeca Tatu

Mais uma vez, vai-se à Europa, em troca de novos padrões estéticos: o simbolismo europeu, o futurismo, o dadaísmo, o surrealismo, enfim, a estética do mundo fragmentado, do caos, da linguagem em crise. Na Europa, essa estética era expressão do fim da hegemonia mundial européia e, conseqüentemente, expressão da impotência histórica da Europa no início do século. Aqui, esses papéis estéticos deveriam servir à expressão de um caos de outra ordem: o caos de um novo mundo, burguês, urbano, complexo, para o qual se vislumbrava, ainda assim, um futuro promissor.27

Mais uma vez retorna-se à Europa para pegar modelos estranhos à realidade nacional, uma realidade não tão urbana assim, como comprova Edgard Carone28. Mesmo que com um ideal preponderantemente revolucionário, no que diz respeito à estética, o Modernismo — não por incapacidade dos intelectuais do movimento, mas por causa da nossa situação de país subdesenvolvido que coloca os intelectuais brasileiros sempre numa balança, pesando de um lado a Europa, moderna, desenvolvida, do outro o Brasil, até certo ponto arcaico e subdesenvolvido — ainda assim recorre a padrões externos, sem muito embasamento na realidade da nação. Daí a adaptação dos conceitos europeus a uma ótica mais otimista.…