Memorial do Convento

Saramago que não permite que suas obras sejam adaptadas, quer que português lusitano seja entendido em todos os paises que falam a língua portuguesa, questionando o narrador e o autor, havendo momentos nas suas obras que ele assume como autor o que escreve, é um narrador com identidade, o Nobel conquistado por ele em outubro de 1998, não iria salvar a língua portuguesa, mas sem duvida iria ajudar a protegê-la.

Era a primeira vez que o Português falado por cento e quarenta milhões de pessoas era lembrado pelo mais importante prêmio literário do mundo, onde pode aproveitar a tribuna da Real Academia Sueca, para fazer um violento discurso contra a igreja católica, a desigualdade econômica no mundo e o papel das multinacionais, segundo ele, verdadeiros governantes dos países. A briga da Igreja com Saramago, que não era ateu, era antiga. O escritor vivia desde da infância em uma humilde família de agricultores, conheceu a miséria e a pressão, acusava a instituição de ter sido conivente com a ditadura de Antônio Salazar, que governou Portugal por trinta e oito anos. Seu livro O evangelho segundo Jesus Cristo, foi considerado uma blasfêmia pela Igreja.

Quando a Academia Sueca, no dia oito de outubro de 1998, anunciou o Prêmio Nobel de Literatura, ele estava sendo, pela primeira vez, atribuído a um escritor de língua portuguesa e O Memorial do Convento completava, então, dezesseis anos de lançamento.