A inscrição da técnica de recorte da máquina fotografica nas poesias de Oswald de Andrade

É o modo singular de combinar a técnica de recorte da qual se utiliza a máquina fotográfica e a poesia moderna, que nos faz defrontar com o novo, o original, causando-nos a surpresa de uma estrutura constituída a partir de novas formas de combinação dos elementos internos fugindo de rimas, simetrias e outros elementos dispensados para a compreensão dessa nova poesia que adere a recortes fotográficos para se constituir enquanto uma nova consciência de construção poética do homem moderno.

Partindo-se de uma leitura atenta de “Pau- Brasil” e das considerações até então feitas, questiona-se, inicialmente, se essa poeticidade do trabalho com a estrutura, aqui entendida como a forma voltada para si mesma no intento de materializar uma mensagem da estética fotográfica da poesia, não se esgota no nível da palavra, mas estende-se à visualidade e a totalidade do objeto, através da montagem.

Estaria a estrutura agindo em unidade com a fotografia para resultar em um novo eu inscrito na estrutura dessa poesia? Indaga-se, também, como o poeta inscreve a fotografia em sua poesia despersonalizando o eu poético convencional, revelando um novo eu poético a partir do recorte na estrutura da poesia? Ou ainda: como a máquina fotográfica se inscreve nessa construção poética?.

Em última instância, saber como podemos então a partir…