A Crise da Literatura Regionalista:Conceitos e Dissensões

 

A temática da identidade nacional ocupou um lugar de destaque entre os intelectuais brasileiros, do Romantismo ao Modernismo. Essa preocupação foi recorrente no Brasil devido à necessidade de elaboração de uma consciência nacional que, afastando o risco da assimilação cultural, inspirasse no povo o sentimento de identidade, fundamental para o processo de auto-afirmação (BALDO, s/d, p. 1).

 

Como vimos anteriormente, os escritores e artistas brasileiros, românticos e modernos, mesmo que de formas diferentes, buscaram tornar o Brasil independente das influências literárias europeias para torná-lo um país capaz de produzir sua própria literatura. Para isso, fez-se uso de elementos nacionais, como a natureza e o povo (linguagem, mitos, crenças etc.), por exemplo. O que nos leva a crer que independência cultural é independência política e social, algo que o Brasil só conseguiu depois de muita luta tanto no cenário político e social, quanto no cultural.

Foi devido à busca pela afirmação da identidade brasileira, tanto no Norte quanto no Sul, que os intelectuais modernistas foram classificados pela crítica literária em escritores regionalistas e nacionais. Ou seja, a literatura produzida no Nordeste era dita Regionalista por abordar em maior escala elementos da região, e a literatura do Sul era chamada de Nacional por ter um lado mais psicológico do ser. No entanto, reconhecemos que por trás de toda essa disputa há um jogo político e social. Cada região tem procurado mostrar ser mais importante que a outra e não existe arma mais…