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A CONSTRU!O DO ESPAI PERIF?ICO NA PO?ICA DE LOBIVAR MATOS
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Negrinho Lambido
O tempo está batuta, cotuba de bom
E os moleques jogam bola no meio da rua...
Tranco, cachaço, canelada, fulêpa.
Trepado no muro,
O negrinho da família Barros
Bate palmas, grita, faz um berreiro do barulho
Se o negrinho tivesse jogando
Vê lá se aquele trouxa do Romeu
Fazia de besta.
Negrinho tem canela de ferro,
Negrinho não tem medo de cachaço,
Negrinho sabe tirar fulêpa.
Mas o negrinho não pode jogar
o negrinho foi achado na rua.
O negrinho foi criado na chinela
e é todo quebrado de tanta pancada no lombo.
Negrinho é cínico,
perdeu a vergonha
o rabo tatu tirou a vergonha do negrinho
Negrinho deixa a vassoura no canto,
negrinho para no meio da rua e atrasa o almoço
negrinho só sabe mentir
rouba doce no armário
furta tostão na gaveta
embrulha, treiteiro, chorão
e por qualquer coisa abre a boca no mundo.
Negrinho treteiro,
negrinho lambido,
rabo de tatu te entortou,
a família Barros te lambeu.
(MATOS, 1936, p. 25-26)
Esse poema é composto por três estrofes, sendo a primeira e a última pequenas e a estrofe intermediária de tamanho relativamente grande, contando composta por vinte e três versos livres, ou seja, sem rimas, relatando as aventuras de uma criança negra, criado da família Barros,…
O tempo está batuta, cotuba de bom
E os moleques jogam bola no meio da rua...
Tranco, cachaço, canelada, fulêpa.
Trepado no muro,
O negrinho da família Barros
Bate palmas, grita, faz um berreiro do barulho
Se o negrinho tivesse jogando
Vê lá se aquele trouxa do Romeu
Fazia de besta.
Negrinho tem canela de ferro,
Negrinho não tem medo de cachaço,
Negrinho sabe tirar fulêpa.
Mas o negrinho não pode jogar
o negrinho foi achado na rua.
O negrinho foi criado na chinela
e é todo quebrado de tanta pancada no lombo.
Negrinho é cínico,
perdeu a vergonha
o rabo tatu tirou a vergonha do negrinho
Negrinho deixa a vassoura no canto,
negrinho para no meio da rua e atrasa o almoço
negrinho só sabe mentir
rouba doce no armário
furta tostão na gaveta
embrulha, treiteiro, chorão
e por qualquer coisa abre a boca no mundo.
Negrinho treteiro,
negrinho lambido,
rabo de tatu te entortou,
a família Barros te lambeu.
(MATOS, 1936, p. 25-26)
Esse poema é composto por três estrofes, sendo a primeira e a última pequenas e a estrofe intermediária de tamanho relativamente grande, contando composta por vinte e três versos livres, ou seja, sem rimas, relatando as aventuras de uma criança negra, criado da família Barros,…
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