Mulheres Espancadas: a Violência Mora Dentro de Casa

A guerra intrafamiliar é também reflexo de questões mal resolvidas no campo das relações afetivas entre homens e mulheres, acredita a antropóloga Lia Zanotta. Para a estudiosa, a mulher assumiu como natural o direito ao trabalho, absorvendo de forma muito clara ‘‘a idéia de igualdade enquanto cidadãs’’, muito embora isso possa não se realizar na prática. Mas, quando o assunto é relacionamento amoroso, ainda sobressai entre elas uma conotação de inferioridade do feminino em relação ao masculino, afirma a antropóloga.

De acordo com alguns estudos, as agressões físicas são o passaporte para os crimes mais graves como o assassinato. Podemos verificar isso através do grande número de casos de mortes de mulheres na Região do Cariri. Dos 28 municípios que compõem a Região, o crime de homicídio, onde a vítima foi mulher ocorreu em 12, tendo em Juazeiro do Norte o maior número: 16 casos (47% do total de 34); Crato e Barbalha com quatro, cada (11,76% para cada um dos municípios); Araripe, com dois, significando 5,88%, e Jardim, Potengi, Tarrafas; Aurora; Missão Velha; Milagres; Brejo Santo e Caririaçú com um, cada (2,94%).