Getúlio Vargas

 

O Atentado da Rua Toneleiros e o Suicídio
Enquanto aumentava a solidão de Getúlio no poder, mais se inflamava a retórica oposicionista das elites, que tinha no jornalista Carlos Lacerda seu principal orador. Afastá-lo, pareceu a alguns homens do governo, uma maneira de reduzir o poder de fogo dos golpistas. Chefe da guarda pessoal do presidente, o tenente Gregório Fortunato contratou um pistoleiro para eliminar Carlos Lacerda. Nos primeiros minutos da madrugada de 5 de agosto de 1954 aconteceu o episódio que iniciaria a contagem regressiva da Vargas no poder. Em atentado diante de seu prédio na rua Toneleiros, em Copacabana, Lacerda ficou ligeiramente ferido, no pé. Seu guarda-costas, o major da aeronáutica, Rubens Vaz, morreu.
Consta que, ao ser informado do atentado, Getúlio comentou: “Esta bala, dirigida a Lacerda, acertou-me nas costas.” Imediatamente, o presidente ordenou ao ministério da justiça que abrisse um inquérito para apurar as responsabilidades pelo crime. Entretanto, a aeronáutica também tomou para si a tarefa de apurar os fatos e abriu um inquérito, ao mesmo tempo em que iniciava uma verdadeira caçada humana, que levou à prisão do pistoleiro. Este, em seu depoimento, revelou ser Gregório Fortunato o mandante do crime. A Comissão de Inquérito da Aeronáutica instalou-se na base aérea do Galeão, que logo se transformou na sede do movimento golpista. Ali passaria a funcionar a “República do Galeão” que, ostensivamente, agia à margem dos poderes constituídos. Não se cuidava apenas de…