A Mulher na Idade Média

A um nível social um pouco mais alto se encontra já uma maior diferenciação, já que os que mais estudaram foram os clérigos; e o clericatura se manteve reservada aos varões, apesar da rebeldia feminina contra esse monopólio expressada pela abadessa de Lãs Huelgas de Burgos e pela de Palencia no século XIII. Essa contestação custou às abadessas o confisco de suas rendas e a excomunhão. Desde o século VI, se exigia que as monjas soubessem ler e escrever. E se pode assim observar que desde os primeiros séculos da Alta Idade Média e até mais ou menos o século XIII, os conventos deram uma educação e uma cultura não somente às que iam ser monjas como também àquelas destinadas “ao tempo”.

Os poetas do século XII elogiaram muitas vezes as qualidades intelectuais das mulheres que os rodearam: Braudi de Bourgueil, escrevendo o epitáfio de uma certa Constança, diz que era tão sábia como a Sibila e faz também o elogio duma certa Muriel, que tem fama de recitar versos numa voz doce e melodiosa. Não é surpreendente que uma das mais antigas canções de tela - trata-se, como se sabe, de canções populares, assim denominadas porque, diz-se, as mulheres as cantavam enquanto fiavam - , Bellle Doette, comece por esses dois versos:

Bellle Doette as fenêtres se sied,

Lit em um livre,…