A Escola Multisseriada e seus Papel Educacional na Formação Básica da População Rural Brasileira: Um Estudo de Caso

É notadamente forte o preconceito para com as escolas do interior, porque não dizer contra o homem do campo. Muitos sequer pensaram que na organização de uma escola rural, existem problemas sérios que dificultam a aprendizado: localização, dependência administrativa, clientela, precariedade e descontinuidade de funcionamento. Para criticar ou denegrir a educação rural. Conforme minhas experiências, devemos ser coerentes e levar em consideração os seguintes pontos:

1 - da dependência administrativa: ora é do Estado, ora é do município e ora de particulares. No último caso de fazendeiros que cedem um barracão para uso como escola;

2 – do horário de funcionamento: média de 4 horas de funcionamento por turno. Na Escola Dom Bosco funcionavam dois turnos, um de 07:00 às 11:00 e outro de 13:00 às 17:00;

3 – da clientela: normalmente constituída por filhos de trabalhadores rurais e de pequenos comerciantes, filhos dos fazendeiros – até irem para o colégio – trabalhadores adultos e vizinhos;

4 – da localização: a instalação e início de funcionamento das escolas rurais nem sempre dependia da ação de Estado ou do município. Segundo Fortes (1994), fundar uma escola e contratar professor para ensinar aos filhos dos empregados da fazenda e dos agricultores da região resultava em prestígio político. A escola representava para os políticos mais um favor a ser barganhado;

5 – da precariedade: a Escola Municipal Dom Bosco era uma construção de madeira com uma única sala; os bancos de madeira para dois alunos, o que não favorecia o trabalho em grupos.