E a Mulher se Fez Sujeito

Mesmo com todos esses avanços, o acampamento ainda não conseguiu estabelecer relações de gênero consistentes para que a articulação produza um discurso em prol da diversidade do gênero no processo de luta pela terra. A mulher ainda não "aparece" dentro do acampamento, não se pode afirmar o papel de companheira para a mulher - a não ser o fato de acompanhar fisicamente seus esposos no acampamento - ela ainda não é aquela que reúne demais acampadas e discutam seus papéis.

No acampamento é notório a opinião masculina como opinião dominante, a mulher não possui voz. Sua única forma de comunicação são olhos atentos e curiosos aos acontecimentos em torno do acampamento, que são revelados através de comentários, mas que se resumem a apenas isso.

Essa pode ser uma característica advinda do sindicato dos trabalhadores rurais de se organizar tendo em vista que existe diferença da organização do MST, como citado anteriormente e que por sua vez são determinantes nas relações dentro dos movimentos. Poderia se afirmar que o acampamento de sem terra Unidos Para Vencer não apresenta nenhuma relação de gênero organizada, não fosse a voz de uma mulher que de vez em quando se interfere por conta própria as discussões do líder.

UMA LÍDER SEM LIDERANÇA

A vida de Francina, uma acampada…