O Existencialismo Ateu de Jean Paul Sartre

É possível, contudo, encontrar a essência de qualquer fenômeno, pois há a possibilidade de se trazer um fenômeno do âmbito de qualquer ciência empírica para a seara da fenomenologia, mediante o que se denomina "redução eidética", que nada mais é do que a extração da essência de um dado fenômeno. Cada ciência empírica, portanto, encontra uma correspondente eidética, obtida através da redução do fenômeno até o encontro de sua essência. Não se faz necessário ir além nessa questão, pois, dessa forma, o estudo se distanciaria da influência da fenomenologia em Sartre. A fenomenologia é importante para Sartre, na verdade, para ser aplicada na análise do ser.

Husserl, ao passo que considerava enganadores os sentidos, buscava a idéia pura das coisas, que, embora não pudesse ser captada simplesmente pela percepção, adviria da consciência, do pensamento. Nesse ponto há que se fazer referência à noção de cogito cartesiano, resumido na expressão "penso, logo existo". Não obstante, as grandes diferenças em muitas convicções de Husserl, Descartes e Sartre, ao se estudar este último, referências devem ser feitas aos outros dois citados filósofos, em face da considerável congruência entre suas idéias no que tange a consciência, entendida como pressuposto da existência.

Sartre, portanto, não desenvolveu de forma linear o pensamento fenomenológico de Husserl. Por isso não cabe, aqui, maiores considerações acerca de tal método, até…