Descartes e o Pensamento Moderno

DESCARTES E O PENSAMENTO MODERNO

Pequena abordagem: A crítica Heideggeriana, segundo João Bosco Batista, e a visão de Fritjof Capra sobre o paradigma cartesiano-newtoniano

René Descartes. Detalhe de uma pintura a partir de um quadro de Franz Hals.(Museu do Louvre, Paris)

O século XVII é marcado pelo método científico, a disciplina religiosa e o absolutismo político; as ciências exatas fixam um ideal de coerência e rigor férreos. Reina o dualismo: admite-se o sobrenatural e a revelação, com uma intransigência quase que brutal, e entretanto busca-se na razão humana a fonte única de toda a concepção do mundo; explica-se também o corporal de um modo puramente mecânico. Na França é o século em que a contra-reforma impõe-se de maneira autoritária, abusiva mesmo.

É nesse ambiente, em que todos procuram um princípio de ordem imutável, mas que se acham sujeitos ao embate de tantas correntes antagônicas, que vai surgir um dos fundadores da filosofia moderna. Apesar de sua timidez moral - timidez causada, talvez, pelos mimos excessivos que recebera na infância -, destinava-se Descartes a revolucionar o pensamento do mundo; cético por natureza e conformista por educação, desenvolveu uma nova espécie de filosofia, templo de fé edificado com o material da dúvida.

A mãe de René morreu de tuberculose poucos dias após o nascimento dele. O pai, funcionário público em Poitiers, entregou-o à guarda de uma ama que o afastava dos jogos e brinquedos das outras…