A Patrística

A lei natural é a transposição da lei eterna na mente humana, exigindo a tranquilidade, a ordem e a segurança e a lei temporal que é o próprio direito positivo, a lei feita pelos homens, essencialmente mutável, somente obrigando à obediência quando deriva de lei eterna

Note-se, portanto, que a legitimação do poder do estado necessita da subordinação deste aos princípios cristãos e que em última análise deveria subordinar-se à Igreja, tornando-se instrumento eficaz da Cidade de Deus. Desse modo, os conceitos de Estado, Justiça e Direito estão envolvidos, dentro do pensamento agostiniano, no que podemos chamar de uma moral social filosófica pautada na lei do amor a Deus consagrando-se como regra de vida e o princípio primeiro da filosofia moral agostiniana.

Nesse sentido, a "vera justittia", é acima de tudo uma virtude exercida através de leis que refletem a praxis das virtudes morais cristãs. E, ainda, o Estado será o instrumento necessário para que a Igreja atinja seus fins, qual seja: a felicidade humana decorrente da salvação da alma imortal da criatura humana.

O conceito cristão de estado, tão bem sistematizado na obra de Santo Agostinho, busca pautar o Estado em princípios cristãos. Uma ordem estatal que possa primar pela dignidade da pessoa humana, por um ordenamento jurídico verdadeiramente justo posto que pautado no princípio maior do pensamento…