A Patrística

A partir do Concílio de Nicéia, inicia-se o período do apogeu patrístico, posto que a partir daqui o cristianismo passou a ser oficializado como religião estatal, transformação facilitada pela sua não exigência de perturbação da ordem política vigente. Esta mudança da política romana estava de acordo com os interesses estatais, pois a "nova religião funcionaria como um freio ao movimento popular e dos escravos de ampliar a base social do império", afinal continuar as repressões poderia fomentar uma futura guerra civil, e o imperador Constantino resolveu unir o útil ao agradável.

O poder da Igreja desenvolve-se como nunca, em pleno contraste com os seus três primeiros séculos, momento no qual os bispos passaram a ter poderes inclusive judiciais e administrativos. Em 440, cria-se o papado, acatando monarquia eletiva. Neste momento aperfeiçoa-se a centralização e hierarquia da Igreja, conferindo ao bispo de Roma o título de Papa, sucessor do apóstolo Pedro e chefe máximo da instituição. O papa passa ser tido como um soberano independente, fato cristalizador da Igreja como uma instituição passível de sobreviver à derrocada do Império Romano do Ocidente.

Com o fim da Academia de Platão em 529, fechada por ordem eclesial, e com a fundação da Ordem dos Beneditinos, iniciou-se o período de monopólio do saber por parte dos monastérios em toda a Idade Média. Assim, é fácil perceber porque os intelectuais, pertencentes à ordens religiosas, discutiam principalmente as questões filosóficas relacionadas à razão e esta subordinada à fé.