Monografia: A presença feminina no rádio da região norte de Santa Catarina

A mulher, ao contrário, como não tem a ameaça da morte quando criança, continua ligada à mãe, que é fonte arcaica do prazer. E assim não divide a sexualidade do afeto, e não reprime o amor. “Fica então, delimitado a seu âmbito dentro do sistema patriarcal, que é o domínio da relação com os outros, do cuidado, da intuição, do concreto, da subjetividade, do sentimento, da ternura, da solidariedade, da partilha” (MURARO, 1997, p. 69).

A mulher se torna submissa, reprimindo a inteligência, a iniciativa e a agressividade a partir do inconsciente. As qualidades que desenvolve a especializam para o domínio do privado, não-produtivo e menos valorizado que o domínio público. Os valores da partilha e da solidariedade perdem para a competitividade e o egocentrismo, mais funcionais dentro do novo patriarcado.

Essa concepção explica porque a maioria das profissões ligadas ao magistério, saúde e cuidados é ocupada pelas mulheres e outras, mais ligadas a cargos de direção, chefias e de poder são destinadas aos homens. A submissão vai sendo internalizada, desde a infância. O menino cresce e considera natural que o homem receberá mais no trabalho, torna-se racional, calculista e quer o poder. As meninas se tornam submissas, valorizam mais os valores de partilha e da solidariedade e consideram…