Desajustamento de Conduta

Negócio arriscado

A prostituição é vista como profissão perigo por natureza. Mas algumas histórias têm desfechos não muito simples. Profissionais dessa área, que usam a avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte, como palco da grande arte da sedução, contam que há programas com finais chocantes: uma das mulheres foi estuprada, outra ficou cega de um olho, outra foi agredida com um taco de beisebol e ainda uma delas teve um revólver calibre 38 introduzido em sua vagina. Nesse último caso, segundo a garota, o cliente disse: "Já imaginou se eu aperto o gatilho agora?"

Alguns dos responsáveis por esses atos são exatamente aqueles que deveriam zelar pela segurança das prostitutas: policiais civis. As prostitutas, que preferiram se identificar por pseudônimos, contam como isso acontece. "O cara dá carteirada, faz o que quer e não paga, alegando que prostituição é crime", ironiza Rebeca, 29 anos. A assessoria de imprensa da Polícia Civil, em Belo Horizonte, foi procurada, mas o quis comentar as denúncias. Deste grupo temido, fazem parte também os playboys". Para evitar situações de risco, Janisse, 32 anos, opta por sair com homens mais velhos. "Eu detesto boy, gosto de sair com clientes de mais idade, que têm mais responsabilidade". Porém nem sempre elas podem se dar ao luxo de selecionar os clientes, pois, na maior parte das vezes, dinheiro é sempre bem vindo.

Apesar de todos os empecilhos, um dado mostra que não há nada que impeça a atuação de menores como prostitutas. Uma matéria publicada no final do ano passado, no jornal O Tempo, mostra que, em apenas dois anos, a prostituição…