Nelson Rodrigues, escrita e memória: reflexões sobre o ofício jornalístico

O formato, divulgado na mídia, tem como intuito permitir que a sociedade esteja a par do que há de mais relevante, seja algo imediato ou que possa ter importância a longo prazo, daí as expressões “pauta quente” e “pauta fria”, que, respectivamente, são notícias cujo caráter de novidade se mostra e os fatos que não sejam inéditos. Nessa procura para elaborar a matéria, iniciada já na determinação do que vai ser pautado, o repórter percorre uma infinidade de adequações as quais precisa ceder na meta de cumprir com sua isenção.

Quando a imprensa norte-americana assume o processo jornalístico como mercadoria e busca isentar-se do debate social, no século XIX, o advento das agências de notícias como aspecto da Revolução Industrial marca a redução de espaço do jornalismo opinativo. A partir daí, o gênero opinativo configura "sua presença na superfície impressa circunscrita às páginas chamadas 'editoriais' " Melo (1996, p. 27), trazendo embutido à sua essência a reflexão acerca dos parâmetros estabelecidos para o conceito vigente da objetividade.

A objetividade, portanto, se estabelece dentro da notícia sempre como um critério de exigência do jornalismo informativo, assim como Durkheim determina ao estudo do fato social:

É preciso portanto considerar os fenômenos sociais em si mesmos separados dos sujeitos conscientes que os concebem; é preciso estudá-los de fora, como coisas exteriores, pois é nessa qualidade…