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Nelson Rodrigues, escrita e memória: reflexões sobre o ofício jornalístico
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A produção afetiva-social que sustenta a vivência da comunidade e coletividade dentro do imaginário social, confere maneiras de relacionar-se em inúmeras e diferentes gamas. Na camada cuja a imprensa faz parte, a persona do leitor deve ser compreendida com certa complexidade, como formulou Rodrigues, ao traçar um paralelo entre as posturas do leitor e do espectador, subestimando este último:
Nós sabemos que o sujeito mais livre do mundo é o leitor. Nada interfere no pudor, na exclusividade e na inocência de sua relação com a obra de arte. Está só, espantosamente só, com o soneto, o romance ou com o drama. Já o espectador é o mais comprometido, o mais impuro e, por outra, o menos inteligente dos seres [...] Mas dizia eu que o espectador jamais consegue ser inteligente. Está inserido na multidão: é um contra os demais. Essa inferioridade numérica esmaga um gênio (RODRIGUES, 2015, p. 159).
Ao analisarmos a passagem acima percebemos que para ele, a solidão do leitor estaria atrelada a uma atenção genuína que só o faz deleitar-se em algo que o deixe de fato absorto, mas ainda assim autônomo nas escolhas; já o espectador, por estar fixado ao recurso imagético mostra-se menos disperso, não por uma vontade tão plena, mas por acatar seus próprios…
Nós sabemos que o sujeito mais livre do mundo é o leitor. Nada interfere no pudor, na exclusividade e na inocência de sua relação com a obra de arte. Está só, espantosamente só, com o soneto, o romance ou com o drama. Já o espectador é o mais comprometido, o mais impuro e, por outra, o menos inteligente dos seres [...] Mas dizia eu que o espectador jamais consegue ser inteligente. Está inserido na multidão: é um contra os demais. Essa inferioridade numérica esmaga um gênio (RODRIGUES, 2015, p. 159).
Ao analisarmos a passagem acima percebemos que para ele, a solidão do leitor estaria atrelada a uma atenção genuína que só o faz deleitar-se em algo que o deixe de fato absorto, mas ainda assim autônomo nas escolhas; já o espectador, por estar fixado ao recurso imagético mostra-se menos disperso, não por uma vontade tão plena, mas por acatar seus próprios…
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