A LEGITIMIDADE DAS COTAS RACIAIS NAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS

Qualquer mecanismo de escolha dentro do Estado que exija critérios de discriminação leva a uma enorme e desproporcional exclusão de determinados setores da sociedade, o acesso à educação universitária deve ser segundo a capacidade, mas nosso vestibular não mede a capacidade, mede investimento. E é por esse motivo que acreditamos que os discriminados não são somente os negros, mas todos os cidadãos que necessitam de um esforço maior de trabalho para sustentar-se, são brancos e pardos que, juntos com os negros, moram em locais de baixa renda e necessitam trabalhar desde cedo para manter algum tipo de alimento dentro de casa, essa situação faz com que a educação fique em segundo plano. Não é a cor que cria barreira para o ingresso ao estudo de nível superior, o fator mais evidente é a capacidade econômica da família seja a qual raça pertencer. A elite não precisa de cotas, as cotas devem servir aos estudantes de baixa renda, independente de raça, uma vez que os mais afetados pela dificuldade no acesso são os filhos dos trabalhadores.

Uma escolha por nível de renda resultará no atendimento de uma maior proporção de pretos e pardos, desde que estes constituem a maioria da população mais pobre. Um trabalho deste tipo corrige também uma deformação difícil nos sistema de cotas que decorre da forte associação existente entre renda familiar, escolaridade dos pais e número de anos escolares dos filhos.

2.6.3 A Constituição da República Federativa do Brasil

A partir…