A LEGITIMIDADE DAS COTAS RACIAIS NAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS

O governo de Fernando Henrique Cardoso vinha resistindo aos apelos das organizações racialistas que se espalham aos montes pelo nosso país, estas já haviam se disseminado e incrustado nos diversos níveis sociais de nosso Estado apoiando a adoção de cotas raciais nas universidades. Mas, mesmo com uma opinião neutra no governo as universidades utilizavam um argumento forte para a possível adoção das cotas raciais, com a autonomia universitária um rumo tinha sido traçado na história das ações afirmativas dentro de nosso ensino superior. No final de 2001, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro adotou um sistema de cotas raciais para ingresso, criando um precedente que repercutiria nos anos seguintes em outras instituições públicas. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva conferiu autonomia muito maior à ação das organizações racialistas no interior do aparelho de Estado, em seu primeiro mandato criou a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), vinculada diretamente à presidência.

Através desse órgão as organizações tiveram uma influência significativa e iniciaram uma seqüência de negociações com diversos ministérios. A regra de ouro da democracia representativa do Estado é a separação entre as esferas de interesse público e as de interesse…