Universalismo Moral e Relativismo Ético

Para Boyes e Walker, os estudos transculturais disponíveis sustentam os dois primeiros critérios, enquanto o da hierarquia, demonstrado em pesquisas junto a estadunidenses, ainda demandaria provas adicionais.

Como Snarey, Boyes e Walker observam lacunas no Standart Issue Scoring, que se mostrou inapropriado para codificar, por exemplo, a busca de harmonia e unidade dentro da comunidade, a solidariedade social e a piedade filial, valores que surgiram com freqüência, respectivamente, nas pesquisas realizadas entre comunidades tribais do Quênia e da Nova Guiné, entre adolescentes dos kibutzim israelenses e entre chineses de Taiwan. Por um lado, Boyes e Walker também minimizam esse problema sob o argumento de que a sustentação empírica dos critérios de seqüência e estrutura relativizam a insuficiência conceitual do manual de codificação: do contrário, as lacunas existentes no manual teriam levado a maiores inconsistências – critério da estrutura – e a violações da seqüência de estágios entre as amostras não estadunidenses. Por outro lado, no entanto, especulam sobre as raízes desta insuficiência, sustentando que é no plano filosófico que a universalidade do desenvolvimento moral, reivindicada por Kohlberg, deve ser questionada.

Distinguindo três níveis de discurso no domínio moral – o empírico-descritivo (em que são coletadas as declarações sobre o que é certo e errado), o éticonormativo (que envolve considerações sobre a natureza do bom e do certo) e o metaético…