Universalismo Moral e Relativismo Ético

Nosso problema, portanto, desloca-se da constatação da fragmentação identitária moderna e do fenômeno diferencialista constituído em resposta a essa fragmentação, para a questão da melhor política para lidar com essa nova realidade, inter e intramovimentos identitários. Considero, com Taylor, que, tratando-se de fato irreversível, é preferível enfrentar o multiculturalismo e suas decorrências com políticas ativas de reconhecimento (cujo detalhamento certamente faz toda diferença, mas que não cabe aqui discutir), do que ignorar as identidades coletivas constituídas e suas demandas específicas. Além da importância disso, como já vimos, para a dignidade e auto-estima dos indivíduos que nelas se espelham, o reconhecimento das identidades coletivas favorece a que exponham umas às outras seus temas de interesse e disputem suas reivindicações na arena pública, podendo estabelecer uma dinâmica de ajuste recíproco de expectativas e conseqüente descentração que, como tal, tende a levá-las conjuntamente (e a seus membros, ativos e passivos) para perspectivas mais equilibradas e abrangentes, repondo a possibilidade de encontrar princípios igualitários e as bases de uma universalidade.

Em suma, é verdade que a guinada dos movimentos emancipatórios para a temática da diferença, introduzindo distinções onde antes não eram percebidas ou admitidas (os gays e as lésbicas não são andrógenos, meio…