Universalismo Moral e Relativismo Ético

Ainda em "The diversity of goods", Taylor reconhece que as fórmulas de decisão ética contidas nos princípios teleológicos e deontológicos respectivamente derivados do utilitarismo e de teorias normativas formalistas "repousam em alguns discernimentos (insights) morais substantivos; do contrário elas nem pareceriam candidatas plausíveis a modelos de raciocínio ético". E acrescenta: "por trás dessas fórmulas de derivação kantiana encontra-se uma das mais fundamentais sagacidades da civilização ocidental moderna, a atribuição universal da personalidade moral: em problemas éticos fundamentais, todo mundo deve contar, e todos devem contar da mesma forma" (1982, p.130, grifo meu). Mais ainda, Taylor admite que essa "atribuição universal da personalidade moral é valida, e nos coloca obrigações que não podemos ignorar" (idem, p.132). Ele não questiona, portanto, a existência nem a validade de tal atribuição, mas minimiza duplamente seu significado – e não apenas porque se contrapõe à pretensão de que o reconhecimento de uma universalidade da pessoa moral deva implicar a delimitação do âmbito do que é moral ao universalizável, ou baste para dar conta do conjunto das questões morais com que nos defrontamos em nosso dia-a-dia. Considero que Taylor reduz a relevância da extensão do status de agente moral a toda pessoa humana, primeiro, enquanto…