Universalismo Moral e Relativismo Ético

Desestabilizada por uma "recaída" no egoísmo, por uma retomada da consciência das necessidades do eu (assim como Kohlberg registra ser comum ao final da adolescência um aparente retorno a julgamentos pré-convencionais na transição que antecede a passagem da moralidade convencional para a moralidade de princípios), ocorre nova fase de transição, desta vez da bondade à verdade, o elemento dominante na terceira perspectiva. Caracterizada por sintetizar as anteriores, na última perspectiva responsabilidade é simultaneamente o cuidado de si e dos outros, a conciliação das expectativas dos outros com o próprio julgamento interno. "O cuidado torna-se o princípio escolhido de um julgamento que continua psicológico em sua preocupação com relacionamentos e respostas, mas se torna universal na sua condenação da exploração e dano", diz Gilligan (idem, p.85).

Ao ascender à segunda perspectiva, "o julgamento consensual sobre a bondade torna-se uma preocupação esmagadora enquanto a sobrevivência é vista agora como dependente da aceitação por outros". A voz feminina convencional define claramente o eu e proclama seu valor "com base na capacidade de cuidar dos outros e protegê-los. A mulher constrói então um mundo arquitetado com os pressupostos da bondade feminina (...) onde todos os atributos considerados desejáveis para as mulheres presumem um outro…