Universalismo Moral e Relativismo Ético

Entre as conclusões a que chegou a partir da revisão de alguns estudos anteriores e da realização de novas pesquisas26, Kohlberg diz ter confirmado a hipótese de que a distinção heteronomia-autonomia define uma tipologia desenvolvimental – no sentido em que, com o aumento da idade, os sujeitos apresentam maior tendência a externar julgamentos morais autônomos – e afirma que há uma "relação monotônica" entre tipo moral e estágio moral, e esta relação é tal que, "quanto mais alta a classificação do estágio moral de um sujeito, maior a tendência de que ele seja classificado como fazedor de julgamentos morais autônomos" (idem, p.377).
No que diz respeito à relação entre estágios cognitivos e estágios morais, Kohlberg distingue, primeiro, posturas teóricas relativas à generalidade ou especificidade das estruturas desenvolvimentais. Em um extremo estariam autores que defendem "uma interpretação global da estrutura: a posição de que a estrutura de pensamento de um indivíduo forma um sistema coerente único, que atravessa todas as esferas (Loevinger, 1976; Kegan, 1982)", ou seja, haveria total interdependência entre os desenvolvimentos lógico-matemático, moral, sócioconvencional etc. No outro extremo estaria a visão de que as estruturas são parciais, no sentido em que, até dentro de uma mesma esfera de raciocínio, como a da moralidade, pode-se encontrar seqüências estruturais de desenvolvimento independentes, como sustentaria Damon (1977), a respeito dos…