Da Fisioterapia à Gerontologia

Dona Nice tinha a intenção de cuidar do Sr. Lui, porém, deixava escapar sentimentos motivados por mágoas devidas a fatos ocorridos em um passado remoto.

Três vezes percebi marcas de maus-tratos e procurei então realizar uma reunião da esposa e as filhas do Sr. Lui, mas as filhas não quiseram conversar com a mãe sobre as agressões. Diante de tal fato tive que assumir a frente das conversas.

Falei com Dona Nice. Ela assumiu as agressões e concordou que o que estava fazendo estava errado e prometeu se controlar, no entanto, as marcas roxas pelo corpo do Sr. Lui reapareceram duas semanas depois.

Sempre tive o conceito de que as pessoas deveriam envelhecer em suas casas, mas pensei na possibilidade de levar o Sr. Lui para um asilo.

Reuni-me com as filhas do Sr. Lui fora da sua casa e sugeri-lhes duas opções: ou manter o Sr. Lui sobre vigilância constante para evitar as agressões, ou levá-lo um asilo, onde pudesse receber um tratamento melhor.

A princípio, pensei que a conversa seria penosa pelo fato de estar expondo duas situações que tocam o relacionamento familiar; a continuidade das agressões e o não funcionamento da organização que tentamos propor.

Para minha surpresa, as filhas concordaram imediatamente com a internação do Sr. Lui e resolveram contar mais sobre as agressões, dizendo que aconteciam mesmo durante a época em que o Sr. Lui se encontrava em um estado melhor, fato que me haviam ocultado porque tinham vergonha e não sabiam como controlar tal situação.

Cuidados, cuidadores e maus-tratos no indivíduo idoso são assunto que fazem parte do estudo da Gerontologia. Os idosos podem ser vítimas, e…