Televisão

Os anos 60 representaram para a TV o grande salto rumo à aldeia global. Desenvolvida originalmente como artefato de consumo, a televisão dos sixties começou a conectar, por satélite, os mais diferentes pontos do planeta. Em 10 de julho de 1962 a Nasa lançou o Telstar, satélite de comunicação comercial. Apesar de outros modelos terem sido testados desde 1955, o Telstar foi a primeira estação retransmissora com sistema de rádio microondas, o que permitia transmissão instantânea.

O interesse empresarial pela nova tecnologia não podia prever que, por exemplo, as imagens do Vietnã, o primeiro acontecimento a receber cobertura via satélite, terminassem mudando a maneira da população americana pensar a guerra.

Mas no começo dos anos 60, o foco é outro. A expansão industrial e a guerra fria transformaram o mercado latino-americano num dos principais alvos dos Estados Unidos.

Proprietário de cinco emissoras nos EUA, o máximo que a lei americana permite, o grupo Time-Life adotou estratégia de expandir negócios na América Latina. No Brasil, os norte-amencanos procuraram O Estado de S. Paulo e Diários Associados para se associar, mas as empresas se recusaram, porque o artigo 160 da Constituição brasileira da época proibia a criação de rádios e TVs em parceria com estrangeiros.

O empresário Roberto Marinho, dono do jornal O Globo — que já havia recebido a concessão de uma emissora no Rio, em 1957, do presidente Juscelino Kubistchek e de outra em Brasília, em 62, de João Goulart —, assinou contrato no dia 24 de julho…