Encenadores Curitibanos Contemporâneos

Que aconteceu neste curso do Kraide, onde foi muito bacana, em todos os sentidos. Em conseqüência disso que acabei escrevendo as críticas no jornal. Então eu não estudei teatro, mas o retorno foi imediato neste curso do Kraide, mas desde pequeno eu já estava estudando, vendo teatro. A primeira peça de teatro que eu vi foi "O Rapto das Cebolinhas", da Maria Clara Machado, com Aurimar Rocha. No mesmo ano eu assisti, com direção do Cláudio Corrêa e Castro, "Um Elefante no Caos", do Millor Fernandes, que era um libelo do Millor contra a situação política do momento, a ditadura militar. Estava tudo acontecendo e eu não sabia. Comunista comia criancinha. Eu estudava no Colégio Medianeira, as freiras, muito boazinhas, boas orientadoras, não estou falando isto de forma irônica, verdade, mas elas tinham uma coisa absolutamente radical, anticomunista, que quando chegaram as férias de julho de um determinado ano, eu não via a hora de chegarem as ferias para parar de ouvir que comunista comia criancinha. Era um policiamento ideológico e claro que eu fui perceber isso tempo depois. Nossa que viagem! Voltando ao Kraide. Nessa época eu comecei a ver um teatro assim, era "Liberdade, Liberdade", do Millor e Flávio Rangel. Assisti "Galileu Galilei", do Brecht com Grupo Oficina, era meio assustador. Um conflito de ideologias. Eu não entendia direito isso. O teatro foi responsável por criar um tipo de ideologia lúcida dentro de mim, senão seria algo como um funcionário do BADEP que ia para Europa, Estados Unidos assistir teatro, passivamente, eu ganhava bem. Isto também me ajudou muito em minha formação, eu ia e assistia a tudo. Dos grandes musicais da Broadway ao Soho. No Village, onde…