Segunda Revolução Industrial

A industrialização francesa tem uma série de características surpreendentes que tornam a sua análise especialmente difícil. O caso francês exige uma observação e uma apreciação cuidadosas e há razões suficientes para abandonar quaisquer estereótipos inadequados.

A França chegou ao século XIX com um atraso em relação à Grã-Bretanha, atraso de que os contemporâneos tinham plena consciência. Não obstante o fato de a França ter sido o primeiro país industrial do continente durante a maior parte dos primeiros três quartos do século XIX, a verdade é que este atraso manteve-se. Além disso, de um modo geral, os setores de vanguarda da economia francessa, que, neste período registravam um rápido crescimento, tinham adotado técnicas utilizadas pela primeira vez na Grã-Bretanha nos finas do século XVIII: Têxteis feitos à máquina, o uso do carvão na industria do ferro, a energia do vapor. Registra-se um evidente atraso nas estatísticas da produção nestes setores da economia. No período após 1815, depois de terem atravessado um quarto de século de revoltas sociais e guerras, os empresários franceses encontravam-se em uma posição claramente desfavorável em relação aos seus rivais britânicos. Na manufatura de têxteis e de algodão barato e no ferro, os britânicos possuíam uma vantagem imbatível nos custos e tinham assim, uma posição dominante nos mercados em todo o mundo. A revolução de 1789 e as suas seqüelas tinham canalizado recursos para escoamentos não produtivos, provocando a desindustrialização de algumas…