Milagre Econômico

Os países da América do Sul foram visitados intercaladamente pelo Ministro das Relações Exteriores entre 1971 (Paraguai, Trinidad e Tobago, Guiana e Suriname) e 1973 (Colômbia, Venezuela, Bolívia, Peru e Equador). As relações do Brasil com esses países revelaram uma clara precedência dos interesses comerciais e financeiros; em especial, com Equador, Paraguai e Bolívia, o mesmo valendo para o Uruguai. Tal aproximação obedecia a lógica de integração com países de menor desenvolvimento relativo, com vistas ao estabelecimento de uma espécie de dependência. Convém lembrar que as relações brasileiras com Paraguai, Bolívia e Uruguai desempenhavam igualmente papel chave na disputa de poder com a Argentina, no âmbito regional, podendo caracterizar-se como comercial-estratégicas. As relações do Brasil com esse último país no período Médici são um capítulo à parte. Aqui percebemos relações que ultrapassam o viés comercial, envolvendo outros países. São relações pautadas pela relativa autonomia do subsistema regional platino. Brasil e Argentina disputavam a primazia na Bacia do Prata, jogando com sua influência sobre os países menores – Paraguai, Uruguai e Bolívia. As complexas controvérsias em torno da construção de Itaipu desenvolveram-se ao longo de todo o período Médici. Nessa equação, o Brasil saiu fortalecido, tanto pela solidez de sua modernização…