Brasil do Liberalismo ao Neoliberalismo

Não temos dúvidas de que a proposta central das elites para o próximo período será uma profunda reforma da Previdência Social na direção da capitalização (previdência privada). Trata-se de uma estratégia visando enfraquecer o sistema previdenciário enquanto um instrumento de distribuição de renda e sua consolidação enquanto instrumento lucrativo lucrativo do poderoso lobby do capital financeiro. As previdências do regime geral (INSS) e a dos servidores públicos movimentam aproximadamente R$ 100 bilhões por ano. Isso atrai a cobiça do capital financeiro, que extrai cada vez mais seus lucros da área securitária (previdência, seguro individual, seguro saúde). Já estamos assistindo a uma grande movimentação das seguradoras e bancos internacionais em direção ao Brasil, todos de olho na privatização da Previdência Social.

O modelo de previdência a ser implantado é uma adaptação do modelo chinelo. Ao invés de privatizar tudo como no Chile, seria privatizada a previdência nas faixas salariais acima de três ou cinco mínimos. O ex-ministro Antônio Kandir, num momento de grande sinceridade, deu três motivos para a escolha dessa estratégia:

I – É preciso evitar uma polarização ideológica: "qualquer movimento radical de reforma do sistema previdenciário tende a tornar…