Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão – Michel Foucault

A prisão serve também para modificar os espíritos. A leitura da Bíblia e seu estudo são os instrumentos para esta modificação, sob a ótica de que a pena deve ter efeitos mais intensos naqueles que não cometeram a falta, neste caso servindo como exemplo intimidante. A ressocialização do indivíduo está mais próxima de um passado primitivo que de um futuro evoluído e revolucionador de paradigmas, enraizados em soluções limitadas que mais danificam que restauram a alma do homem.

Talvez haja solução para questão sobremaneira complexa. Para tanto se faz necessário inclinar o olhar aos resultados obtidos pelos métodos punitivos utilizados até então. É interessante também humanizar os processos punitivos de modo que esses busquem curar a alma dos indivíduos em lugar de desesperançá-la.

Não se buscar tanto investir somente em penas, mas em mudança radical de comportamento prevenindo males futuros e antevendo salvar vidas em lugar de lançá-las aos carrascos. É ilusão pensar que os processos punitivos de repreensão de delitos regeneram os indivíduos. O resgate exige renúncia e ao mesmo tempo postura ousada da sociedade e do governo, mirando ao mesmo norte seu comum desejo de aniquilar o problema.

A fogueira bania com rigor e definitivamente o sujeito do crime. Não…