O Imaginário dos Juristas

Os juristas de hoje vivem um paradoxo: no sue dia a dia encontram o contraditório, enquanto sua ideologia conservadora prega a harmonia do mundo. Como a classe dominante é que tem acesso a chamada Justiça, eles se acomodam com uma visão de harmonizadores, tendo uma preocupação com a ordem, segurança e estabilidade. Se transforma em combatentes da desordem, que seria o novo, as transformações, contestações, tanto individualmente como socialmente.

Para eles então o direito é a ferramenta da conservação, uma ferramenta que se esgota nas leis estatais e que recoloca o mundo em seu caminho harmônico natural. O direito se torna a maior manifestação do Estado, concebendo de modo positivista a ciência como neutra, distanciando e não comprometendo a lei com o legislador.

Esse imaginário fora de contexto faz surgir o conceito da vontade livre, do livre arbítrio. Como cada sujeito é um ser individualizado e tem postura própria, possuem vontade própria que pode ser de boa ou má-fé, criando lisura ou defeitos nos atos jurídicos. Esta postura burguesa tira o direito do mundo real e o envia para o mundo positivista da lei estatal. Nos fazendo até mesmo sucumbir a incoerência na autonomia de vontades…