O Homem de Cabeça de Papelão – João do Rio e a Sociologia de Émile Durkheim

Antenor com a cabeça de papelão, que regulava de conformidade com a sociedade solar, agora era considerado normal, com importância social. Sua anomalia era sua própria cabeça – sua personalidade, sua consciência individual.

Antenor, o menino do País do Sol que era considerado anormal diante daquela sociedade, agora se via um homem de influência, onde sua ascensão social o fazia esquecer do passado, era o modelo da felicidade e regulava admiravelmente. Antenor estava totalmente integrado à felicidade.

Passaram-se anos. Quando Antenor ao trafegar diante daquela relojoaria que havia deixado sua cabeça, a mesma veio-lhe a lembrança, e imediatamente foi buscá-la. Quando se deparou com aquele negociante, o mesmo dizia que esperava por Antenor ansioso e admirado da sua ausência. Aquele negociante, via a cabeça de Antenor, como uma cabeça admirável, uma perfeição.

Percebemos que não só a mãe de Antenor o reconhecia como bom, mesmo quando justificava a sociedade que ele era doido. O negociante disse a Antenor, que sua cabeça era admiravelmente perfeita. Ele também reconhecia a perfeição da cabeça de Antenor, sua consciência individual, sua integridade moral. Mas diante de uma sociedade com tamanha coercibilidade, não somente a mãe, mas também o negociante tinha que "andar" paralelamente a ela, caso contrário, teria a ruína como resultado inevitável. Assim vemos que,