O Estrangeiro

O ESTRANGEIRO

Hoje minha mãe morreu, talvez não sei bem. Recebi um telegrama do asilo e nele estava escrito, sua mãe faleceu e seu enterro será amanhã as dez horas, sentidos pêsames.

O asilo onde minha mãe encontrava-se ficava em Morengo, a oitenta quilômetros de Argel, o ônibus iria sair às duas horas, se chegar lá à tarde posso passar a noite e velar seu corpo, e estarei de volta amanhã à noite.

Pedi dois dias de folga ao meu patrão, e com uma razão desta ele não pode recusar, mas percebi que ele não estava com um ar muito satisfeito, então pensei, a culpa não é minha. Apesar disso ele deveria dar-me os pêsames.

Tomei o ônibus às duas horas, fazia muito calor como de costume, almocei no restaurante do Celeste, tive que correr para não perder o ônibus. Dormi quase todo o tempo, e quando acordei estava de encontro a um soldado que me sorriu e me perguntou, se eu vinha de longe, disse que sim. Chegando ao asilo quis ver imediatamente minha mãe, mas o porteiro me disse que eu precisava antes falar com o Diretor, como ele estava ocupado esperei um pouco.

Depois o Diretor recebeu-me no seu gabinete, apertou minha mão durante tanto tempo que já não sabia como havia de tirar. Disse-me a senhora sua mãe entrou aqui há três anos, o senhor era o seu único filho? Respondi que sim. Eu iria explicar, mais o Diretor disse: meu filho não precisa se justificar; continuo falando o senhor não lhe podia suportar as despesas, e ela precisava de uma enfermeira, e seu ordenado não dava para suprir as necessidades de sua mãe, pois, havia ficado muito difícil sua enfermidade.

Continuei…