Maus Tratos na Infância

5) "há muita relutância em se acreditar que qualquer pessoa pode perpetrar violência contra crianças portadoras de deficiência(como se esta deficiência conferisse algum grau de proteção!). Elas podem ser vistas como tão sem atrativos para se tornarem vítimas de violência sexual ou tão dignas de piedade para serem vítimas de violência física" (Platt et al, 1996). Os pais também são considerados como super-heróis, incapazes de cometer tais atos em relação as eus filhos, não se percebendo com clareza o tipo de dificuldades que enfrentam. Isto leva a um comportamento do profissional de "descrédito" ou de "negação" da violência doméstica, aliás muito perigoso e revelador de preconceitos;

6) há dúvidas consideráveis em termos da possibilidade de que crianças com deficiências (especialmente de natureza mental) possam funcionar como testemunhas confiáveis em termos da violência que sofreram. É muito importante que se explore a melhor forma de ajudá-la para que ofereçam as evidências necessárias. Sabe-se que em alguns estudos científicos com vítimas adultas, portadoras de deficiência, os seus agressores permaneceram impunes, seja porque elas desistiram do processo por medo deles (e a conselho de seus próprios advogados), seja porque desejavam revelar a violência sofrida, seja ainda porque não viam em que tal medida adiantaria ou mesmo porque considerava a sua ida à corte criminal como traumática. Portanto, existe em relação a este aspecto não só uma resistência da vítima como uma incredulidade dos profissionais e até mesmo a sua pouca…