Integração Econômica

Até os anos 90, apesar da Comunidade Européia constituir um modelo para a integração regional na latino-americana e dos vínculos histórico-culturais existentes entre as duas regiões, a América Latina não constituía uma prioridade diplomática e econômica para a Europa. Aliás, desde a assinatura do Tratado de Roma em 1957, o comércio entre as duas regiões sofreu sensivelmente, sobretudo devido ao estabelecimento de vínculos preferenciais entre a CEE e as antigas colônias africanas da França e, depois, da Grã-Bretanha, apesar de países como a Holanda e a Alemanha Ocidental defenderem um enfoque global. Esta política institucionalizou-se com as Convenções de Yaoundé e de Lomé, e foi ainda mais agravada com o estabelecimento da Política Agrícola Comum da Comunidade, que discriminavam os produtos primários latino-americanos.

Durante os anos 70 a situação manteve-se inalterada, apesar do estabelecimento do Grupo de Embaixadores Latino-Americanos em Bruxelas (GRULA), que negociavam com os representantes da CE. O quadro alterou-se sensivelmente com o ingresso de Portugal e Espanha na Comunidade em 1986, especialmente quando o conselheiro espanhol Abel Mateus passou a defender um acercamento que abarcasse as dimensões políticas e globais, ultrapassando os aspectos meramente comerciais da relação. Ao longo da década de 80 os grupos religiosos europeus e as Internacionais Democrata-Cristãs e Social-Democratas procuram estreitar seus laços com atores políticos de uma América Latina convulsionada. Buscaram sobretudo fortalecer as elites civis do continente, preparando uma alternativa aos regimes militares apoiados pelos Estados Unidos na década anterior. Esta atividade…