Estudo Comparativo Entre as Filosofias de Platão e Aristóteles

 No contexto geral da filosofia platônica, em última análise, o problema da Justiça, passa a ser o problema do bem. Porém, a definição do bem é transferida para uma esfera transcendental, metafísica, para o mundo das idéias. Somente os iluminados podem conhecer a essência do bem, e, conseqüentemente do justo, os demais poderiam ver apenas a ilusão, a aparência do bem ou do justo, por isto devem apenas se submeter  e cumprir as leis.

Assim, a justiça corresponde à felicidade, tema central em Aristóteles. Por isso, como uma regra geral, considera o homem justo feliz e o homem injusto infeliz.  Dizemos isto em regra geral, pois o próprio Platão admite exceções, ou seja, a hipótese do homem justo, que para ele é o seguidor da lei, ser infeliz, do mesmo modo que o injusto, aquele que desrespeita a lei, ser feliz.

Interessante, neste aspecto, que Platão admite que mesmo que não seja verdadeira esta regra geral, é de bom alvitre aos governantes passar ao povo esta concepção, mesmo que não inteiramente verdadeira, ou seja, que o Justo, cumpridor da lei, é feliz, e o contrário, ocorre com o injusto, pois assim, os homens cumprem melhor a lei.  Nesta linha de raciocínio chegaríamos à conclusão de que a Justiça está na lei.

Para Platão, porém, a capacidade de compreensão de tudo, inclusive do que seja felicidade e justiça, como exposto inicialmente, existe no mundo das idéias, no mundo iluminado, em uma esfera transcendental, que, todavia, através da dialética, pode ser alcançado pelo homem, ou melhor, por alguns homens, que sejam sábios, filósofos, preparados de modo que a …