Biossegurança em Odontologia

Deter as infecções nos consultórios odontológicos tem sido um dos grandes desafios para cirurgiões-dentistas, pesquisadores e imunologistas. Na maior parte das vezes, os germes têm driblado as medidas de segurança adotadas na atualidade, colocando em risco profissionais e pacientes. Por outro lado, a falta de cuidado de alguns cirurgiões-dentistas em relação a biossegurança tem propiciado a intensificação do ciclo de infecções cruzadas.

A consciência de que nem tudo que reduz pode estar desinfectado ou esterilizado surgiu nos últimos 15 anos com advento da AIDS. Ironicamente, a doença, que tem apavorado o mundo tem sido também responsável pela tomada de consciência dos profissionais de saúde para a necessidade de adotarem medidas preventivas.

A cada dia, pesquisas vêm demonstrando que, em todos os instrumentos odontológicos, dos mais simples aos mais sofisticados, esconde-se um universo de microorganismos patogênicos. Recente pesquisa de uma equipe de cientistas da Universidade da Geórgia, nos EUA, publicada na revista "Nature Medicine", constatou que o lubrificante de alguns instrumentos odontológicos estariam permitindo a proliferação e a sobrevivência de germes, como o vírus da gripe e o HIV. Segundo David Levais, um dos pesquisadores, constatou-se que, em algumas situações, o HIV conseguiu se manter vivo e contagioso por vários dias no ambiente lubrificante. "Os germicidas perdem a ação quando em contato com os lubrificantes, não matando nem mesmo um vírus fraco".

Na guerra contra a contaminação em consultórios odontológicos, os especialistas têm lançado mão de todos os recursos.