Gestão de Pessoas

A combinação de dois traços formam o paternalismo brasileiro, o patriarcalismo e o patrimonialismo. O primeiro baseado nas relações afetivas de superioridade, status ou poder estabelecido, e o segundo na distribuição do poder econômico por meio de relacionamentos, também afetivos ou de confiança mais focada em competências empíricas do que técnicas. Conforme Marco Aurélio Spyer Prates e Betania Tanure de Barros, essa estrutura é positiva no que se diz respeito à segurança dos grupos sociais e organizacionais, mas é danosa em relação à liberdade dos mesmos grupos. Apesar dos contrapontos, esse traço é amplamente aceito, tanto por líderes como por liderados brasileiros.

Ricardo Bresler, no sexto capítulo de Cultura Organizacional e Cultura Brasileira, explicita de forma muito clara a figura do "pai" nas organizações do Brasil. Em pesquisa presencial em uma marcenaria – fábrica de móveis –, o pesquisador explora de que forma as relações paternalistas acontecem em pequenas empresas ou organismos sociais, usando as figuras do "pai" – ou "padrinho" e ainda do "tio ou tiozinho" – e a da roupa surrada, onde o "pai" é a personalidade de referência, na qual o "liderado" busca segurança e apoio e a "roupa surrada" é o fator de integração. O autor trata do "pai" como sendo uma figura mais próxima do patriarca, ou o que orienta e protege: o exemplo a ser seguido, mas que, de alguma forma, estabelece uma relação de líder e liderado, se posicionando, de fato, ou de fato e de direito, na posição do líder. A "roupa surrada" mostra como a cultura brasileira preza pela aparência, em diferentes…